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sexta-feira, 18 de março de 2011

MÍDIA, o grande aliado pró-inclusão

          Relembra-se aqui a fase da integração, no final da década de 50 e início dos anos 60, onde a pessoa portadora de deficiência é que tinha que se adequar aos padrões da sociedade. Tempo em que a mídia só veiculava textos como eram solicitados pelas instituições. Ao contrário, quando era a mídia quem procurava a instituição para fazer alguma matéria no assunto deficiência, reabilitação, ou educação especial, nem sempre aparecia um bom resultado. 
Tudo o que era utilizado como, os termos, as fotos, os textos, passavam ao leitor a imagem de tristeza, de tragédia, de dó, de inutilidade, de pessoa abandonada por Deus, o coitadinho... E, infelizmente, as instituições não educavam os profissionais das mídias sobre o assunto deficiência, nem tentavam melhorar as matérias divulgadas.
A partir de 1979, no Brasil, as pessoas portadoras de deficiência começaram a publicar cartas nos grandes jornais, dizendo sentirem-se prejudicadas em sua condição de portadores de deficiência. Já nesta época, este tema atraia profissionais de televisão, apesar de não usarem a terminologia adequada. Diziam: “quadriplégico”, “inválido”, “surdo-mudo”, “mongolóide”, “retardado mental”, etc.
As intervenções feitas junto à mídia, vindas de movimentos de direitos destas pessoas, foram muitas; mas de maneira agressiva, como se a mídia tivesse obrigação de conhecer tudo sobre deficiências. Felizmente, isto melhorou e a mídia deixou de ser tratada como inimiga da causa das pessoas deficientes e passou a ser vista como um possível parceiro desta causa. “Essa nova visão levou os defensores da causa à conclusão de que eles deveriam abordar a mídia de maneira educativa, informativa, cooperativa, construtiva” (Sassaki, 1999, p. 155). 
A ONU, sempre se preocupou com a questão da pessoa deficiente, sendo assim, publicou um documento destinado aos profissionais da mídia, em seis línguas oficiais, causando um grande impacto internacional.
A mídia pode ajudar a eliminar atitudes negativas, assim como pode formar imagens positivas da pessoa portadora de deficiência. Houve um reconhecimento pelo mundo todo do papel que a mídia poderia desempenhar no processo de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade, passando este assunto a ser discutido em seminários, congressos, etc. Foram realizados eventos exclusivos sobre o binômio “mídia & deficiência” em muitos países, inclusive o Brasil. 
Hoje, considera-se a mídia como um grande aliado pró-inclusão e alguns jornalistas brasileiros foram pioneiros neste campo, como: Claudia Werneck, Emílio Figueira, Ana Maria Morales Crespo e Rosangela Berman Bieler. Eles editaram vários livros e palestras neste assunto.
O autor sugere no texto que, visando a construção de uma sociedade para todos, a mídia e o segmento portador de deficiência poderiam desenvolver atividades numa aliança pró-inclusão. Elaborando-se um esquema de trabalho, o campo da deficiência daria uma assessoria técnica aos profissionais de mídia na produção de documentários sobre pessoas deficientes, para veiculação na televisão; trabalhariam na produção de imagens positivas para uso da mídia; elaborariam a terminologia adequada; fariam convites à mídia para participar de eventos, de treinamentos, de estágios, de pesquisas, etc. E ainda, dariam assessoria à mídia para orientar trabalhos de graduação em comunicação e jornalismo.
Os profissionais da mídia iriam produzir documentários e matérias científicas sobre pessoas com deficiência e um estudo de manuais para construir imagens positivas. Participariam dos eventos organizados pelo setor deficiência, assim como participação efetiva em treinamentos neste campo, participação em estágios na área da deficiência, divulgação de exemplos de inclusão, estudo de matérias analisadas pelo segmento de deficiência, orientação de alunos de comunicação e jornalismo em trabalhos acadêmicos. A mídia faria também uma análise da pesquisa sobre a influência da mídia nas atitudes da sociedade quanto à pessoa deficiente. E esta aliança pró-inclusão faria um levantamento bibliográfico e videográfico, com formação de acervo sobre o tema “mídia e deficiência”. 
Romeu Kazumi Sassaki apenas antecipou os acontecimentos. Hoje é possível dizer que já existe uma verdadeira mobilização em todo o mundo envolvendo a mídia como um grande aliado da inclusão. Como prova disso temos vários jornalistas que se dedicam a este assunto, várias organizações, escolas, a mídia em geral, os projetos arquitetônicos, que precisam estar em todo lugar, enfim, já existe grande apoio neste sentido. Sem contar os órgãos públicos, organizações governamentais, que estão aprovando decretos, leis, portarias, resoluções, instruções normativas, etc, que visam a garantia de direitos às pessoas com deficiência. Mas, não é de se estranhar que ainda haja alguma resistência.
A sociedade inclusiva vai além de garantir apenas espaços para todos. Ela deve fortalecer as atitudes de aceitação das diferenças individuais e de valorização da diversidade humana. 
Desta maneira, o conceito de sociedade inclusiva, com apoio da mídia, vem sendo implantado em várias partes do mundo, como conseqüência natural do processo de implementação dos princípios de inclusão na educação, no mercado de trabalho, no lazer, recreação, esporte, turismo, cultura, religião, artes e família.
É fundamental equipararmos as oportunidades para que todas as pessoas, inclusive portadores de necessidades especiais possam ter acesso a todos os serviços, bens, ambientes construídos e naturais, em busca da realização de seus sonhos e objetivos.



BIBLIOGRAFIA:

SASSAKI, Romeu Kazumi. Mídia, o grande aliado pró-inclusão. In: SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma Sociedade para Todos, 3ª ed. Rio de Janeiro: Editora WVA, 1999, cap. 8, p. 153-158.


Fonte: Artigos.com
Autora: Sonia das Graças Oliveira Silva 

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